Há 3 anos, Itaberaba se despedia de Vanilton dos Santos — conhecido por todos como ‘Tinho Tarimba’ — que nos deixou no ano de 2022 aos 75 anos de idade.
A História de Tinho Tarimba se confunde com a História da Música de Itaberaba. Em 1981, foi um dos fundadores da Sociedade Filarmônica Lira Itaberabense, ao lado de ilustres mestres, a exemplo de Donald Alves Amorim “Seu Nadinho”, Rosalino Celestino de Jesus, além de Mestre Nebulosa, Brandino e muitos outros.
A Filarmônica Lira Itaberabense, durante muitos anos, serviu na formação de novos músicos, além de dar vida ao sentimento musical de nosso povo. Hoje, a Lira Itaberabense não existe mais e, no local onde realizava os ensaios e estudos, restou apenas a ruína como uma prova — em praça pública — do descaso com nossas tradições culturais.

A música esteve presente na vida de Tinho Tarimba por mais de 60 anos. Ainda adolescente, aos 15 anos de idade, aprendeu as primeiras notas musicais com o mestre Rosalino. Desde então, trabalhou como músico (saxofonista) — em bailes de carnaval e outros espetáculos —, e professor, na Lira Itaberabense, além de trabalhar, também, na construção civil, como pintor.
Tinho Tarimba foi casado, por 42 anos, com sua companheira de vida, dona Maria das Graças Mendes de Carvalho Santos (a Dona Graça). Ela lembra de sua dedicação ao ensino da música. “Quando a Lira desabou, ele trouxe todos os alunos pra estudar aqui”, disse Dona Graça já sorrindo, para completar em seguida: “era uma zoada danada. Eu reclamava com ele, aí ele pegava os alunos e ia pra porta da rua, pra estudar lá”, completou.
A história de Tinho Tarimba, como professor de música, é marcada de lembranças de amor e gratidão. O anúncio do seu falecimento gerou uma série de homenagens pelas redes sociais que comprovam que a missão do mestre Tinho Tarimba foi cumprida com muito sucesso e louvor.
Exemplo disso, é o relato emocionado do músico itaberabense, Iadson Oliveira, que exclamou, em suas redes sociais: “Meu primeiro professor de saxofone”. Para, em seguida, agradecer ao Mestre por tudo. Ele que já viajou por 42 país, levado pela música, por seu talento e pelo legado deixado por seu primeiro professor: “Através dele, eu conheci o mundo! Descanse em paz, mestre!”, completou.

Nos últimos anos, Tinho Tarimba contou com a parceria de seu grande amigo Juarez Nascimento de Matos, o popular Bizai que, nos anos 1970, liderou a lendária Banda Os Terríveis. Tinho e Bizai se encontravam regularmente para, juntos, tocar e colocar a conversa em dia. Porém, com o início da pandemia da COVID-19, os dois nunca mais voltariam a se encontrar. Bizai lembra da amizade com Tinho Tarimba que remonta há quase 60 anos de convívio com o amigo e sócio em diversos projetos musicais.

